quinta-feira, 29 de abril de 2010

3.5 Princípios de custeio logístico

O problema no desenvolvimento de custeio orientado para a logística é o foco. Ou seja, a capacidade de enfocar o resultado do sistema de distribuição, basicamente, a provisão de serviços ao cliente e a identificação dos custos característicos associados a esse resultado. Falta, aos métodos tradicionais de contabilidade, esse foco, principalmente porque foram elaborados tendo em vista outro objetivo.

Um dos princípios básicos do custeio logístico é que o sistema deve refletir o fluxo de materiais, isto é, deve ser capaz de identificar os custos que resultam do provimento de serviços ao cliente. Um segundo principio é que deve ser capaz de possibilitar análises separadas de custo e receita, a serem feitas por tipo de clientes, segmento de mercado ou canal de distribuição, essa ultima exigência emerge em virtude dos perigos inerentes ao se lidar unicamente com médias, por exemplo, o custo médio por entrega, já que isso pode ocultar variações substanciais em cada lado da média.

Para operacionalizar esses princípios, há a necessidade de se orientar pelo resultado, ou seja, primeiro definir qual o resultado logístico desejado e depois identificar e analisar os custos para atingir esse resultado. Que podem ser definidas por tipos de mercado atendido, tipo de produto e restrições de serviços e custo. Uma missão, por sua própria natureza, permeia as funções tradicionais da empresa.

O alcance bem-sucedido das metas definidas na missão envolve dados de grande número de áreas funcionais e de centros de atividades na empresa. Um sistema de custei logístico eficaz deve procurar determinar o custo total dos sistemas para alcance dos objetivos logísticos e os custos dos diversos fatores envolvidos no alcance desses resultados. Essa teoria é conhecida como “custeio da missão”

E como fazer o “custeio da missão” tornar-se prática? Em primeiro lugar é necessário que os centros de atividades associados à determinada missão de distribuição sejam identificados, por exemplo, transporte, armazenagem, estoque, etc. E em segundo, que os custos incrementais para cada centro de atividades, resultantes da implementação da missão, sejam isolados, São utilizados os custos incrementais, porque é importante não levar em consideração os custos “irreversíveis”, ou custos que ainda incidiram mesmo que a missão fosse abandonada. Podemos fazer uso da idéia de “custos atribuíveis” para operacionalizar o conceito.

Custo atribuível é um custo por unidade que poderia ser evitado se um produto ou função fossem descontinuados, sem alterar a estrutura de apoio da organização.

Esse método torna-se particularmente forte quando combinado com uma análise de receita gerada pelo cliente, porque mesmo clientes com baixas vendas, podem ainda ser lucrativos em termos de custos incrementais, se não em termos do custo médio. Em outras palavras, seria pior para a empresa se esses clientes fossem abandonados.

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